Ser mãe é viver em um turbilhão de demandas: noites mal dormidas, listas intermináveis de tarefas e a constante sensação de que o tempo nunca é suficiente. Como mãe solo, atípica e típica, sei bem como é fácil perder-se no piloto automático, reagindo aos desafios do dia a dia sem verdadeiramente estar neles. Foi no livro O Poder do Agora, de Eckhart Tolle, que encontrei um lembrete poderoso: a única certeza que temos é o momento presente.
Tolle escreve: “O momento presente é tudo o que você tem. Faça do agora o foco principal da sua vida.” Essa frase me fez repensar a forma como vivo a maternidade. Quantas vezes pegamos nossos filhos no colo enquanto a mente está longe, preocupada com o futuro ou remoendo o passado? Quantos momentos de alegria passam desapercebidos porque estamos ocupadas “resolvendo problemas”? Ficarmos presas ao passado nos leva à depressão e se estivermos sempre preocupadas com o futuro a ansiedade pode virar uma doença. A verdade é que a leveza não está em fazer menos, mas em estar mais — mais presente, mais consciente, mais conectada ao agora.

Quando abraçamos o presente, a maternidade se transforma. A birra no supermercado vira uma oportunidade de ensinar (e de respirar fundo). A louça acumulada na pia deixa de ser um peso e vira apenas… louça na pia. Não se trata de ignorar as dificuldades, mas de não permitir que elas roubem a beleza dos pequenos gestos: um abraço apertado, uma história antes de dormir, o silêncio compartilhado no café da manhã.
O poder do agora não elimina os desafios da maternidade solo, atípica ou tradicional, mas nos devolve algo precioso: a escolha. A escolha de não sofrer por antecipação, de não carregar o peso de expectativas irreais e, acima de tudo, de encontrar paz no meio do caos. Porque, no fim das contas, é nesse caos que a vida — e a maternidade — acontece de verdade.
E quando a culpa bater — porque ela sempre aparece —, lembre-se: o presente é o único lugar onde podemos recomeçar. Quantas vezes nos cobramos por erros passados ou por medos futuros, como se pudéssemos controlar tudo? Tolle nos ensina que a verdadeira liberdade está em aceitar o que é, agora, sem resistência. Isso não significa desistir, mas sim agir com clareza, a partir de um lugar de presença, e não de ansiedade.

Por fim, o agora é também um ato de amor próprio. Mães costumam se doar tanto que esquecem de si mesmas, como se cuidar fosse um luxo, e não uma necessidade. Mas como oferecer presença aos nossos filhos se estamos sempre esgotadas? Respirar, pausar e simplesmente ser — mesmo que por cinco minutos — é um jeito de honrar nossa humanidade. Afinal, filhos não precisam de mães perfeitas, apenas de mães verdadeiras, presentes, que estejam ali, de corpo e alma.
E você, já parou hoje para respirar e simplesmente estar? O agora está te esperando. E aproveite a dica de leitura do livro O Poder do Agora para mudar sua rotina.
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