O fim do ano costuma nos convidar a fazer balanços. É importante, olhamos para metas, conquistas, projetos e números.
Além disso, existe um outro tipo de retrospectiva que não Podemos ignorar — mais silenciosa, mais profunda e talvez mais transformadora — que poucas pessoas se permitem fazer: a retrospectiva emocional.
Este ano despertou muitas emoções em você. Algumas agradáveis, outras nem tanto. Alegria, medo, orgulho, frustração, coragem, cansaço, esperança. Nada disso surgiu por acaso. As emoções são respostas vitais às experiências que vivemos.
Elas não aparecem para nos punir, mas para nos informar.
Percebo que as mulheres apresentam níveis mais elevados de estresse e sobrecarga emocional, especialmente em períodos de encerramento de ciclos, como o fim do ano. Isso não está relacionado à fragilidade, mas à multiplicidade de papéis, responsabilidades e expectativas assumidas ao longo do tempo.
Por isso, parar para olhar para dentro não é clichê. É inteligência emocional.

O que este ano revelou sobre você?
Fazer uma retrospectiva emocional não significa reviver dores nem se prender ao passado. Significa dar sentido ao que foi vivido. É ter coragem de olhar para si com honestidade e gentileza.
Pergunte-se:
• Que emoções se repetiram ao longo do ano?
• Em quais momentos eu me senti mais conectada comigo?
• O que me fortaleceu, mesmo quando foi desafiador?
• Que situações revelaram limites que já não posso ignorar?
Quando temos autoconhecimento, entendemos que toda experiência — inclusive as difíceis — pode ser transformada.
Existe uma metáfora japonesa chamada Kintsugi (reparo com ouro), que fala sobre reparar vasos quebrados com ouro. As rachaduras não são escondidas; elas são honradas. O vaso não volta a ser o que era antes — ele se torna ainda mais valioso.
Na vida, acontece o mesmo. As dores que carregamos podem se transformar em verdadeiros vasos de ouro quando são olhadas com consciência, acolhimento e aprendizado.
Gratidão não é negar o que doeu — é honrar o caminho.
Encerrar o ano com gratidão não significa dizer que tudo foi bom. Significa reconhecer que tudo teve um papel na sua construção. Gratidão é maturidade emocional. É olhar para o ano como ele foi, aceitar os fatos, acolher as emoções e escolher o que você leva adiante.
Essa postura traz paz. Não a paz da negação, mas a tranquilidade de quem entende que fez o melhor que pôde com os recursos que tinha naquele momento.
E essa clareza gera algo muito poderoso: liberdade emocional.

Organização não prende — organização liberta.
Planejar o próximo ano, quando feito com consciência emocional, não é cobrança excessiva. É clareza. É organização interna e externa. Um planejamento alinhado à inteligência emocional reduz ansiedade, otimiza tempo e cria espaço para escolhas mais conscientes.
Planejar não é engessamento. É autonomia.
E aqui deixo algumas técnicas para fechar o ano e abrir o próximo com nova mentalidade
Antes de virar o calendário, algumas práticas simples e poderosas podem ajudar você a fechar este ciclo com maior consciência e abrir o próximo com mais direção.
Prática 1 – Leitura emocional do ano
Escreva:
• Três aprendizados emocionais que este ano lhe trouxe
• Três situações que te fortaleceram
• Uma atitude sua que merece ser reconhecida
Prática 2 – Ressignificação consciente
Escolha uma experiência desafiadora e reflita:
• O que isso me ensinou sobre mim?
• Que recurso emocional eu desenvolvi a partir disso?
Prática 3 – Direção emocional para o próximo ano
Pergunte-se:
• Que tipo de mulher eu quero ser no próximo ciclo?
• Que emoções desejo cultivar com mais consciência?
• O que quero fazer diferente, não por cobrança, mas por escolha?
Essas respostas se tornam matéria-prima para um ano mais alinhado, mais leve e mais verdadeiro.

Um convite pessoal
Ao longo da minha trajetória, aprendi — muitas vezes na prática — que a vida nem sempre foi organizada, clara ou previsível. Houve momentos em que eu também estive naquele lugar em que a gente apenas reage, deixa o barco seguir, acredita que está no controle, mas, na verdade, está apenas sendo levada pelas circunstâncias.
Mesmo com planejamento, as sombras aparecem. Elas aparecem para todos nós. Distrações, medos, autossabotagens, excessos, desvios de rota. Por isso, consciência, presença e autoconhecimento são essenciais. Ajustar a rota faz parte da jornada — e só consegue fazer isso quem assume o comando da própria vida.
Foi a partir de 2018, quando me formei em produtividade, que compreendi profundamente algo que hoje ensino e vivencio: planejamento não é rigidez, é liberdade. Quando aliado ao desenvolvimento da inteligência emocional, da autoestima e da autoconfiança, ele se torna uma ferramenta poderosa de autonomia. Aprendi a me organizar melhor, a ter mais tempo, a reconhecer distrações e a perceber os riscos naturais que surgem ao longo da rota — não para temê-los, mas para navegá-los com maturidade.
Nós somos as comandantes da nossa vida. A rota pode mudar, o vento pode soprar diferente, mas a decisão de ajustar o leme sempre será nossa.
Se você sente que este é o momento de transformar tudo o que este ano despertou em direção, clareza e ação consciente, minha agenda de janeiro já está aberta. Acompanharei mulheres que desejam construir um planejamento eficaz, leve e possível, aliado ao desenvolvimento da inteligência emocional, da autoestima e da autoconfiança — pilares essenciais para que esse planejamento realmente aconteça e se sustente ao longo do ano.
O ano se encerra, mas você segue — mais consciente, mais inteira e com tudo o que precisa para criar um novo capítulo.





























