Sempre gostei de ser bem servida, seja no Morumbi ou em qualquer outro lugar. Claro, e quem não quer? Vinda de família que trabalhou muitos anos com restaurante e lanchonete, aprendi na prática a servir bem. Servir não é só anotar o pedido certinho, mas preparar bem o prato que será entregue ao cliente. Quando muito jovem, desossei muito frango para fazer recheio de pastel e coxinha na lanchonete dos meus pais.
A operação de uma loja que serve comida tem obviamente suas peculiaridades, afinal, “o tomate não nasce vermelho” e tem todo um processo. Um dos desafios do dono é encontrar produto de qualidade com valor de compra viável para atender seu cardápio. Quantas vezes chegamos em um estabelecimento e o garçom informa: “Hoje não estamos servindo esse prato” seguido de um sorrisinho sem graça.
Depois da pandemia, muitos lugares reavaliaram o que servem pois, boa parte do fornecimento de insumos está muito instável, Uma vez que nós consumidores temos o conhecimento dessa questão, vale a pena sair reclamando que, o tal prato que estava com tanta vontade de comer, não está sendo servido e justamente no dia em que você se dispôs a comê-lo com tanta certeza? Acredite não é desejo do dono pôr no cardápio e não servir.
Um dos meus trabalhos é exatamente servir esse pessoal que serve, ou melhor nos serve. Ter vivido e ver atualmente o dia a dia de um restaurante, logo penso “que coragem”. E como é bom quando a maioria desses desafios são resolvidos e vemos amadurecer um estabelecimento no bairro. Quem me conhece sabe que incentivo há muitos anos meus vizinhos e amigos a consumirem próximo de suas casas. Penso também que podemos ser referência além do nosso bairro, para toda a cidade e temos muitas opções que representam isso.
Hoje quero que você sinta orgulho de onde mora e colabore de maneira mais empática possível com o comércio local. Faça sua crítica educadamente e na hora para o responsável. Contribua mesmo, mas de maneira respeitosa e sem esperar ganhar algo com isso. Colabore para ver o bairro crescer e melhorar mais a cada dia.
Dedico essa reflexão aos donos de restaurantes, bares, lanchonetes e afins que continuam “fazendo das tripas, o coração” para manter suas portas abertas.
Até a próxima!
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