Traumas de infância

Dolce Criança

Cynthia Wood Passianotto

Imagem de Freepik

Quando uma criança sofre um trauma, isso pode afetar seu desenvolvimento ao longo da vida. A criança pode ter dificuldade para se relacionar com os outros, para se concentrar na escola ou para lidar com as emoções. Isso pode levar a outras dificuldades no futuro, impactando diretamente em sua vida pessoal e profissional.

Os traumas de infância podem ter consequências profundas e duradouras na vida adulta. Algumas dessas consequências podem incluir problemas de saúde mental, relacionamentos interpessoais difíceis, baixa autoestima e até mesmo problemas de saúde física.

É importante saber como identificar os sinais de que uma criança pode estar sofrendo de um trauma.

Os sinais podem incluir:

  • Pesadelos e flashbacks
  • Dificuldade para dormir
  • Choro constante ou falta de emoção
  • Comportamentos agressivos
  • Dificuldade para se concentrar
  • Medo intenso de situações ou lugares
  • Isolamento social
  • Alterações no apetite
  • Ataques de pânico

Se você suspeitar que uma criança esteja sofrendo de um trauma, é importante procurar ajuda especializada para que o devido suporte e orientações sejam dadas à você.

Abaixo descrevo os 5 tipos mais comuns de traumas:

1) Invalidação constante de sentimentos

Muita gente nem percebe, mas invalidar os sentimentos das crianças, achando que tudo é birra ou exagero pode ser um grande problema para o futuro dele.

Crianças que aprendem a lidar sozinhas com suas emoções, isto é, sem suporte nenhum, tendem a crescer com fortes dificuldades de demonstrar sentimentos e até levá-los a sério, por exemplo.

Imagine crescer em um ambiente onde seus pais ou adultos ficam constantemente te chamando de dramático ou manhoso. É muito difícil se acostumar ao contrário e a validar aquilo que se passa aí dentro.

Pessoas que se desenvolvem com esse trauma da invalidação crescem inseguras e, dependendo, até frias, porque afastam todo e qualquer resquício de emoção para não serem consideradas fracas ou frágeis.

2) Abusos físicos ou psicológicos

Sendo um dos traumas de infância mais conhecidos e considerados pelas pessoas, os abusos são mais comuns do que se espera.

Infelizmente, esse é um dos traumas que se manifesta do jeito mais violento e repentino na vida adulta, porque cria gatilhos profundos e, também, sensíveis.

São problemas que podem voltar a mente de uma criança que foi molestada, violada ou desrespeitada, por exemplo.

E isso pode se manifestar toda a vez que aquele adulto se envolver mais intimamente com alguém ou quando começar a desenvolver suas relações, tiver as primeiras experiências sexuais ou semelhantes.

São gatilhos fortes que a deixam insegura de viver aquilo novamente, então a pessoa cria barreiras e se distancia de toda e qualquer possível relação afetiva.

É um comportamento muito doloroso, porque reviver uma violência nunca é algo confortável, especialmente uma que aconteceu quando você vivia um momento tão inocente e frágil.

Esse é um tipo de trauma que, muitas vezes, gera até o sentimento de culpa por parte das vítimas, ainda que elas não tenham uma sequer.

3) Bullying e agressões

Outro trauma que pode surgir e muitos pais acabam não acompanhando os seus filhos é o bullying ou as agressões que acontecem na escola.

Crianças passam grande parte da infância dentro dos muros da escola ou da creche, um espaço que deveria ser seguro, mas nem sempre é o que acontece.

Muitos estudantes acabam enfrentando os problemas de exclusão, bullying e até agressão de outros coleguinhas. Algo que nem sempre os professores percebem ou sabem lidar.

Pensando nisso, muitos adultos crescem inseguros ou extremamente ansiosos com a sua aparência ou características que seus colegas julgavam, na época de criança.

Esse pode ser um trauma mais difícil de identificar, já que muitas famílias não reconhecem que essas “brincadeiras” desenvolvem transtornos reais e problemáticos na vida das pessoas.

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4) Abandono ou rejeição

Traumas de infância englobam vários tipos de conflito, mas também a indiferença de pais, responsáveis, amigos ou familiares.

Isso porque toda e qualquer criança tem grandes tendências de absorver cada acontecimento de um jeito único, o que a faz levar as situações de abandono ou rejeição muito presentemente ao longo da vida.

Então, toda relação que ela estabeleça e que dê qualquer sinal de mudança podem gerar medos e inseguranças profundas.

Comportamentos, então, são engatilhados e fazem com que a pessoa se descontrole, se afaste ou, simplesmente, tenha medo de entrar em qualquer relacionamento.

5) Relacionamentos problemáticos na família

Poucos entendem essa situação como geradora de traumas, mas ter um relacionamento tóxico dentro de casa ou na família presente pode ser um grande problema para o desenvolvimento de qualquer um.

O trauma de infância se cria em situações desconfortáveis, isto é, em gatilhos do dia a dia que marcam profundamente a vida de uma pessoa.

Se um bebê ou uma criança cresce na presença de um relacionamento não saudável, seja dos pais, dos irmãos, avós ou quem quer que seja, ela convive com uma perturbação e um exemplo de afeto falso.

Por isso, é tão importante falar sobre relações e comunicação dentro da própria família. Entender o que são embates de opiniões e personalidades, por exemplo. Tudo faz a diferença na hora de educar uma criança.

Quer enviar suas perguntas e dúvidas para a Cynthia?

Envie-as para o e-mail: [email protected]

Cynthia Wood Passianotto  é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi.
Acompanhe a Cynthia também em suas Redes Sociais:
@cynthia_wood_passianotto e @crescendoeacontecendo

Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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