Quando em Roma…

Dolce Selfcare

Cecília Trigueiros

Os romanos tinham adoração pelas termas e passavam horas nos banhos públicos que se tornaram algo comum do cotidiano

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Enquanto Luís XIV caminhava pelos famosos corredores do Palácio de Versailles, todas as janelas eram abertas. Mas não se enganem, não era um sinal de iluminação celestial para a passagem de Sua Majestade, o Rei Sol, mas sim, para afastar o rastro fétido do monarca.

O absolutista francês que fez de Versailles uma joia luxuosa, além da sede da corte e governo, tomou dois banhos ao longo da vida coroada. Não vou entrar em pormenores, mas assim como o famoso rei, toda corte exalava um odor insuportável, disfarçado por perfumes, sachês e troca de roupas várias vezes ao dia.

O autor da célebre frase que marcou o absolutismo francês: “O Estado sou eu”, caiu doente por falta de higiene e foi convencido a tomar o segundo e último banho em uma das fontes dos maravilhosos jardins do palácio.

Cá entre nós, após algumas semanas e novamente sem banho, o Rei Sol poderia facialmente substituir a frase despótica por: “O Estado da Caatinga sou eu” …

É incrível quando pensamos nas idas e vindas da história: muito antes da imundície de Versailles e antes de Cristo, os romanos tinham adoração pelas termas e passavam horas nos banhos públicos que se tornaram algo comum do cotidiano. Como medida de higiene, afora o prazer da água morna, tomar banho com águas ricas em minerais, era revigorante fisicamente e proporcionava cura preventiva.

A paixão pela água se confundia com os processos terapêuticos. Plínio, o Velho, escreveu: “Durante seiscentos anos os romanos não conheceram outro médico senão o banho”.

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Há tempos sabemos da importância da higiene pessoal: nossos índios (três vivas em tupi-guarani!) ensinaram aos portugueses o bê-á-bá das delícias e benefícios de um bom mergulho no rio!

Mas não foi de uma hora para outra: por conta das questões religiosas vivenciadas na Europa, que pregavam ser pecado tomar banho, os portugueses não eram muito chegados numa imersão.

A reviravolta do banho nacional se deu com o tratamento pelo qual D. João VI precisou passar. Picado por um carrapato e com uma ferida que não sarava, era necessário que ele tomasse um banho de mar. Mesmo com uma certa resistência, foi construída a Casa de Banho de D. João, para que o rei tomasse seu banho salgado e tratasse da doença.

Ou seja, no Brasil, a transformação da higiene ocorreu graças à mordida de um carrapato que D. João VI recebeu, cicatrizada com ajuda desses banhos.

Sendo assim, três vivas para os índios e dois para o carrapato!

Tudo cheiroso até aqui, somos higiênicos e limpinhos, mas…Se não tiver “um mas”, não tem graça!

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Vamos à lista do porém, todavia, contudo:

  • A falta de banho faz mal à saúde, assim como o excesso também. Os dermatologistas recomendam um banho por dia, todos os dias;
  • Mais de dois banhos diariamente, além do uso de sabonetes e buchas, aumenta o risco de ressecamento e altera o PH da pele. Assim, há uma diminuição da proteção natural, o que desencadeia processos inflamatórios;
  • Banho curto: banhos longos aumentam o ressecamento da pele, além da perda dos óleos naturais cutâneos. Não me olhem torto, bonitas, eu sei que só uma hidratação no cabelo e no chuveiro dura mais de 5 minutos…
  • Água morna: temperaturas elevadas causam ressecamento da pele, comprometendo a camada de sebo, que ajuda na hidratação corporal. Podem também aumentar o risco de dermatites. Seu o dia estiver muito quente, tome um banho frio e rápido, mas nunca gelado!
  • Invista em um hidratante corporal após o banho. Essa atitude simples ajuda na manutenção da barreira cutânea. Priorize os hidratantes adequados para o seu tipo de pele e use produtos específicos para o rosto.

Reza a lenda que somente as peles secas sofrem com as altas temperaturas da água, mas vou tirar essa mítica agora mesmo!

Todos os tipos de pele ressecam por desidratação com banhos quentes, e, ainda por cima, aumentam a produção de sebo. Ou seja, o pior pesadelo para as peles oleosas!

Equilíbrio é a palavra de ordem: banhos frios para os dias escaldantes e mornos para todos os outros.

Voltando à história, entre todos os exemplos acima citados, fecho com os romanos. Primeiramente, a influência do Império Romano na civilização como um todo, deixando as suas contribuições em cada aspecto da cultura ocidental.  Os vencedores do artigo dos asseados, além das águas medicinais em que se banhavam, ainda tinham o luxo de água aquecida em caldeiras e espalhadas por bombas e canos de chumbo.

O Rei Sol foi eclipsado pela sujeira e os nossos índios, apesar do hábito saudável, mergulhavam em águas frias e isentas de minérios que hoje em dia são vendidos em frascos valiosos, sob o nome de Água Termal.

Portanto, bonitas imperiais, quando em Roma, faça como os romanos!

Cecília Trigueiros é formada em Marketing e maquiadora profissional e especialista em autocuidado e beleza. 

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Os artigos assinados não traduzem ou representam, necessariamente, a opinião ou posição do Portal. Sua publicação é no sentido de estimular o debate de problemas e questões do cotidiano e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo

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