Distúrbios da Ansiedade em crianças

Cynthia Passianotto

Os Distúrbios da Ansiedade não são um problema exclusivo do universo adulto: eles afetam 13 de cada 100 crianças e adolescentes entre 8 e 17 anos de idade. As meninas são mais acometidas que os meninos e, em metade dos casos, as crianças apresentam ansiedade associada a depressão.

A ansiedade é um sentimento natural tanto na infância como em qualquer outra etapa da vida. Crianças de 8 meses de idade podem apresentar sintomas de ansiedade sempre que se separam dos pais. Isto é normal. Entre os 6-8 anos de idade, a ansiedade se volta para o desempenho escolar e o relacionamento com os coleguinhas. Crises de ansiedade também podem ocorrer quando a criança passa por mudanças significativas como troca de escola ou de casa, falecimento de entes queridos, chegada de novos irmãozinhos, separação dos pais etc.

O limite da normalidade do nível de ansiedade está na sua repercussão sobre o comportamento. E vamos ser sinceros: você não precisa ser um especialista para perceber que algo não vai bem. Crianças não devem ser excessivamente preocupadas ou apreensivas com o futuro. Não é típico de uma criança apresentar frequentemente dores de cabeça, náuseas, vômitos, falta de ar, diarreia, palpitações, dificuldade de concentração, agressividade ou medos em excesso. Se isto está acontecendo – e parece estar associado a situações específicas -, é bem possível que a criança esteja sofrendo de algum Distúrbio da Ansiedade, justificando uma avaliação e tratamento psicológico.

Em todos os casos, o papel dos pais e cuidadores é essencial para o sucesso do tratamento para a ansiedade.

Segue algumas dicas:

  • Aceitar que a única via para que a criança ultrapasse estas dificuldades é enfrentando o problema.
  • As crianças devem ser encorajadas a participar nas atividades que habitualmente provocam ansiedade. Aos pais compete ajudá-las a deter-se nos aspectos positivos da atividade, dar-lhes ânimo, educá-las para o otimismo.
  • Criar tarefas que fomentem a sensação de autonomia da criança ajudará a ultrapassar estas dificuldades. Refiro-me a atribuir-lhes alguns afazeres dentro de casa, pedir a sua ajuda.

As crianças precisam de exemplos honestos e apreciam quando os pais lhes contam as suas próprias experiências. Quando os pais expõem os seus medos enquanto crianças e a forma como os ultrapassaram, estão ajudando os filhos a acreditar que é possível vencer os seus.

A prática regular de exercício físico é eficaz na redução dos níveis de ansiedade. Substituir a televisão e o computador por atividades esportivas ajudará a diminuir o problema.

Persistindo o problema a ajuda de uma psicóloga é essencial para que dê ferramentas a criança para lidar com a ansiedade.

Cynthia Wood Passianotto  é psicóloga e escreve quinzenalmente na Dolce Morumbi. Acompanhe a Cynthia também em suas Redes Sociais: @cynthia_wood_passianotto @crescendoeacontecendo

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