Claudia Alaminos
Muitos encaram o adolescente como um “adulto com defeito”, como se eles já tivessem que se comportar como adultos e não o fazem porque não querem ou para afrontar pais e professores.
Assim como a criança tem limitações em relação ao adulto pelo estágio de desenvolvimento em que se encontra, o cérebro adolescente ainda não está completamente desenvolvido. Em várias áreas, o cérebro nesta fase continua funcionando como o das crianças e em outras, o funcionamento é semelhante ao do adulto. Isso explica reações e comportamentos contraditórios.
Nos humanos, o cérebro se desenvolve cerca de 95% durante a infância. Entretanto, na adolescência (contando entre a puberdade e aproximadamente os 20 anos de idade), o cérebro se remodela para que seja mais eficiente para as necessidades daquele indivíduo.
Não quero aqui ser muito técnica mas existem algumas partes do cérebro que são elucidativas e que seu conhecimento pode ajudar os pais a conhecer, avaliar e ajudar no comportamento de seus filhos adolescentes:
- O córtex pré-frontal é uma espécie de controle geral do cérebro. Esta região é responsável pelo planejamento, coordenação e organização dos comportamentos assim como pela empatia e o controle de impulsos. Embora varie o tempo de amadurecimento de um indivíduo para outro, o córtex pré-frontal tem sempre uma evolução tardia, que pode chegar próxima aos 25 anos;
- A amígdala, que fica em outra região do cérebro, amadurece antes do córtex pré-frontal. Ela é responsável pelas emoções, respostas impulsivas e agressividade.
O que podemos concluir do desenvolvimento destas duas regiões? Na adolescência, esta disparidade faz com que as emoções e a agressividade atinjam seu pico enquanto que o planejamento, a organização e o controle dos impulsos ainda não estão completamente desenvolvidos. Assim, a amígdala envia emoções e impulsos ao córtex pré-frontal que, por não ter condições de lidar satisfatoriamente com eles, os libera para serem executados.
Esta é uma das razões dos conflitos e contradições que ocorrem na mente adolescente e é por isso que muitas vezes observamos tristeza exagerada, alegria desproposital ou agressividade inesperada.
Como pais temos o dever de ajudá-los a observar e entender seus próprios comportamentos, fazê-los lidar com eles e conhecer melhor os impulsos que os geraram. Os adolescentes precisam aprender a olhar através das situações que vivem, e dependem de nós para isso.
Pode ser difícil e trabalhoso ajudar um filho a atravessar a adolescência e chegar à idade adulta. Mas lembre-se, é a partir deste momento que ele, além de todos os lugares que ocupa, passa a ser também seu amigo.
Sejamos mais benevolentes e acolhedores com nossos filhos.
Abraços maternos.
Claudia é mulher, esposa, mãe (de um rapaz e dois gatos), fonoaudióloga, psicopedagoga,
educadora parental em Disciplina Positiva, moradora do Morumbi e futura psicanalista.
Sem Educação nada é possível.
@claualaminos.
Imagem destacada da Publicação:
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