Por que uma política de diversidade e inclusão?

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

Em 2019, o Hay Group (Brasil) realizou pesquisa e identificou que o desempenho dos trabalhadores, em uma empresa com política de diversidade e inclusão, chega a ser 50% superior às empresas que não a praticam. No mesmo ano, a Organização Internacional do Trabalho destacou o aumento no lucro das empresas, diversas e inclusivas, de cerca de 20%

Em 2019, o Hay Group realizou pesquisa e identificou que em empresas que praticam e estimulam práticas de diversidade e inclusão, além dos dados destacados, como também a existência de conflitos, chega a ser 50% menor que em empresas que não possuem políticas, capacitações e pessoas inseridas em diversidade e inclusão.  O engajamento e a disposição de ultrapassar as próprias responsabilidades numa perspectiva de contribuição em equipe chega a ser 17% superior.

Segundo pesquisa da Deloitte (2020), a cultura inclusiva nas empresas tem probabilidades significativas. A valoração da pessoa, por meio do respeito à diversidade e à inclusão, estimula o desempenho das atividades laborais e traz resultados significativos, como aumentos em: 2x superação de metas financeiras, 3x em altos desempenhos individuais e coletivos; 6x em inovação e agilidade e 8x em obtenção de melhores resultados de negócio. 

Como já trabalhamos nas colunas anteriores, a diversidade refere-se a diversas maneiras do sujeito se reconhecer em si e no mundo. Essas identidades causam distanciamentos e silenciamento, oportunidades e acesso a direitos negados, desigualdade. Isso porque, boa parte das questões de identidade são problemas estruturais do país, o que acarreta a marginalização das diversidades. Assim, nos referimos às múltiplas características como raça e etnia, gênero, sexualidades, identidades de gênero, pessoas com deficiência.

A inclusão, nesse aspecto vinculado à diversidade, quando pensada no ambiente laboral, é a garantia de iguais oportunidade de se exercer e projetar dos trabalhadores, reconhecendo, para tanto, que não partem da mesma igualdade no mundo externo ao ambiente corporativo que está inserido. É uma construção de alteridade, que respeita e valoriza competências, destacando as identidades e as histórias dos seus funcionários como mecanismo de pluralidade e de oxigenação criativa.

As políticas de diversidade e inclusão em ambientes corporativos

É certo que ainda se vê o pensamento antiquado e deprimente do uso de práticas de diversidade e de inclusão como estratégia de precaução legal e de projeção de reputação. Assim, como também a prática de brand equity, com o uso das diversidades e dos processos de inclusão como um valor adicional ao produto ou serviço para que haja influência ao consumidor, criando uma falsa percepção na relação de identificação e de representatividade com a marca. 

A explosão tecnológica e os avanços nas diferentes possibilidades de transações comerciais trouxeram mecanismos não só jurídicos, mas do próprio mercado para verificação e penalidades. São exemplos a promoção de práticas como o Selo ESG ou de governança, transparência e boas práticas como alguns dos pontos de Compliance. A diversidade e a inclusão, como Política Corporativa, visam atender eixos como os destacados na pesquisa Deloitte (2019): justiça e respeito; valorização e pertencimento; segurança e confiança; empoderamento e oportunidades iguais de crescimento.

Por isso, a capacitação em diversidade e inclusão visa corroborar na execução de boas práticas e tem sido uma procura em ascensão de empresas e gestores de Compliance. A consultoria em diversidade e inclusão é capaz de auxiliar no desenvolvimento da cultura da empresa, especialmente, na alteridade da diversidade e inclusão. Procura-se a promoção de um ambiente corporativo que estimule o respeito e garanta segurança no livre desenvolvimento criativo de seus funcionários. Com a capacitação é possível auxiliar na identificação de diferentes capacidades e habilidades que poderão ser bem geridas por lideranças criativas. Essas lideranças criativas poderão desenvolver técnicas e olhares com a capacitação durante a implementação da política de diversidade e inclusão da empresa.

Assim, observa-se que uma Política de Diversidade e Inclusão começa com a liberdade e a alteridade das existências no ambiente corporativo, passando pela participação em reuniões e projetos importantes, pela valorização e escuta das ideias, questionamentos e demandas, reconhecimento de talentos e competências, desenvolvimento de práticas de saúde mental que garantam um ambiente seguro para verificação de erros, expressão de opiniões das atividades laborais; promoção de práticas de reconhecimento, valorização, acolhimento que afastem medo, exclusão e rejeições entre os trabalhadores, nas equipes e no ambiente verticalizado também.

Empresas que garantem e estimulam pontos como os destacados, têm menor rotatividade de trabalhadores, desenvolvimento saudável e rentável, além do sentimento corporativo nos trabalhadores: de pertencimento que garantem um orgulho-leal por fazer parte da empresa. Qual empresa não quer desenvolver uma cultura assim?

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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