Selo ESG requer trabalhadores com soft skills

Diversidade Dolce

Caroline Vargas Barbosa

A certificação ESG tem ampliado a procura por profissionais plurais e com competências em soft skills. Uma pesquisa de Deloitte Access Economics em 2019 prevê que até 2030 um terço das empresas vão contratar por prioridade com base em soft skills.

Imagem de jcomp no Freepik

Compreender o selo e atuar nas práticas de desenvolvimento é interesse corporativo – do empresário ao funcionário, passando pelo serviço prestado até alcançar o consumidor de alcance ou final.

Isso porque consumidores estão cada vez mais conscientes e exigentes. As demandas por produtos e serviços privilegiam empresas com cuidados e investimentos ambientais e de sustentabilidade, nas práticas sociais internas e externas, com todas as pessoas envolvidas na atividade e das práticas de transparência e governança.

Esse selo, na prática, tem trazido grandes incentivos mercadológicos, pois demonstra uma tendência de maior segurança de retorno de investimento, melhor desempenho financeiro e precaução ambiental sustentável que se adeque às restritas legislações.

Empresas que se preocupam com o desenvolvimento das práticas ESG demonstram ao mercado um controle sobre o desperdício ao mesmo tempo que demonstram a promoção de oportunidade igualitária de crescimento de seus funcionários e parceiros. Tais percepções trazem uma solidez que tende a reduzir riscos financeiros, a médio e a longo prazo, pois, garantem além de uma sustentabilidade ambiental também a social.

Quer pensar em alguns exemplos e projeções?

A Natura usa plástico feito com cana-de-açúcar e, durante o isolamento social, fez doações às mulheres vítimas de violência doméstica, assim como a Magazine Luiza. Aliás, a Magazine Luíza e a Bayer promoveram programas de trainees e lideranças negras. A Nestlé investe em agricultura regenerativa e o Madero foi reconhecido na América Latina e depois globalmente pelas técnicas ambientais. A Renner busca comprar algodão certificado – que respeite legislações ambientais e trabalhistas. Bancos como o Itaú e o Bradesco desenvolvem fundações de cultura assim como projetos ligados a fontes renováveis e proteção da Amazônia.

Itaúsa, holding brasileira com tradição de 60 anos no mercado, somente faz investimentos em empresas que desenvolvam práticas ESG. A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) publicou, em dezembro de 2021, uma alteração das regras do Formulário de Referência que tornarão públicos critérios a serem observados pela Comissão, em ESG, a partir de 02 de janeiro de 2023.

Sempre que há investimento, há possibilidades diversas de exercer as atividades e mais possibilidades de empregos.

Na organização interna da empresa procuram-se profissionais com Soft Skills

Você já parou para pensar que toda a emoção possui uma racionalidade? O que por vezes percebemos como irracional, é a maneira pela qual nós respondemos (e agimos) com o calor da emoção.

A racionalidade da emoção é de cada ser humano, e poderá ser estudada e aprofundada em diversos aspectos, como a reação da emoção ser reflexo de um ambiente em que se viveu ou experienciou.

Crianças choram quando não são escolhidas para jogar no time, porque aquilo é tudo que compreendem de exclusão, falta de oportunidade ou de reconhecimento. Nós, por vezes, já experienciamos situações assim, em que, por exemplo, a falta de oportunidades doeram mais que aquele momento na escola. Percebe? As emoções e a forma como reagimos são pertencentes a cada indivíduo. Alguns toleram mais dor outros não.

As soft skills são habilidades emocionais do sujeito que garantem uma inteligência emocional capaz de agregar no ambiente em que está inserido. Na esfera laboral, é uma potencialidade a ser explorada – e mantida pela empresa. Ou seja, elas caracterizam o comportamento do sujeito com seus colegas, superiores ou não.

Ainda, tal comportamento, baseado em soft skills, pode ser uma maneira visionária, explorada como técnicas de pensamentos empáticos com as outras relações sociais da empresa, como os consumidores, agregando assim, na percepção que atrai pela alteridade, pelo reconhecimento daquele traço empático ao outro.  É auxiliar a empresa a pensar em estratégias com pensamento “fora da caixinha” como reflexo do bom relacionamento social interno e externo.

São soft skills, por exemplo: boa comunicação e colaboração; flexibilidade para resolver problemas e se adequar a novos desafios; capacidade de trabalhar sob pressão; bom relacionamento em equipe; resolução de problemas complexos; criatividade; resiliência; aprendizado ativo; tolerância; pensamentos críticos; liderança; influência social… As soft skills são infinitas e podem se desdobrar em infinitas possibilidades de uso no trabalho.

Quando nos reconhecemos enquanto seres humanos e percebemos o outro igual em direitos e sonhos, mas diferente em suas subjetividades, oportunidades e espaços, exercitamos a empatia e a alteridade. Isso são requisitos básicos para o desenvolvimento de qualquer soft skills

Não há como desenvolvê-las sem perceber o outro, reconhecer sua fala e seu papel e inclui-lo observando e potencializando suas qualidades e características singulares em prol do coletivo, da equipe, da empresa, da representatividade e, principalmente, do mínimo respeito ao outro (e a sua dignidade – inclusive de ter seu trabalho potencializado e suas relações sociais laborais fortalecidas.

Afinal, são as pessoas que compõem o S do Social – ESG, assim como das Soft Skills.

Caroline Vargas Barbosa é advogada, docente universitária e pesquisadora. Doutorando em Direito pela UnB, Mestra em Direito Agrário pela UFG e especialista em Processo Civil pela UFSC. Atua em pesquisas e assessoramentos de diversidade, inclusão e ESG.

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