Por Paulo Maia
“Filosofar é também sofrer com as paixões do mundo.” Luiz Felipe Pondé
Creio que há pouca dúvida de que ele seja, atualmente, um dos principais pensadores sobre o mundo e suas coisas. Midiático, não se esquiva a responder a qualquer pergunta que lhe fazem. Seu canal do YouTube é repleto de temas sempre atuais. Questões que vão desde se a base da moralidade é o amor até se é possível ser hétero nos dias de hoje, entre tantas que estão aí encasquetados na cabeça das pessoas que buscam, se não uma resposta direta, uma certa orientação sobre o que fazer ou pensar sobre.
Luiz Felipe Pondé é filósofo, professor, escritor com diversos títulos lançados, comentarista em jornais televisivos e colunista de jornal. Também, há pouco mais de um ano no ar, comanda um programa semanal na TV Cultura (SP), que divide com a jornalista Thaís Oyama, que trata de temas que permeiam nosso dia a dia e que, na maioria das vezes, são polêmicos e espinhosos. Daqueles que, aos descuidados no trato e na linguagem, geram cancelamentos e fúria nas redes sociais.
E, pensando o mundo em seu momento atual, lançou em fevereiro último, o livro “A Filosofia e o mundo contemporâneo – Meditações entre o espanto e o desencanto”, (2022, Editora Nacional). Neste livro, Pondé nos convida à reflexão de temas de nosso cotidiano se utilizando dos elementos (ou motores, como ele chama no livro) que muitos autores consideram que levaram ao nascimento da Filosofia na Grécia há mais de 2 mil anos: o Espanto (ou Encanto) e o Desencanto.
Basicamente, as reações ou a atitude que temos diante do mundo, aqui entendido como a Natureza, o que nos inclui, claro. O que nos leva a refletir e a se movimentar no mundo? Espanto ou Desencanto? Ou os dois? Mas eles podem ser origem e destino de nosso pensar também. Por vezes, algo ou uma sensação pode nos conduzir ao espanto ou ao desencanto. E daí em diante, sucessões de gestos, movimentos, atitudes no plano individual vão levar à organização da sociedade em grupos, crenças, ideologias e alterações contundentes na realidade da natureza. É, através deles, que percorremos a jornada da condição humana sobre a terra.
E é nesta dança, ora encantada, ora desencantada, que Pondé apresenta suas meditações acerca do Contemporâneo. Coisas como a instrumentalização do mundo corporativo, a liberdade, espiritualidade e misticismo, nossa ambiguidade entre paixões e o desejo de se ter certeza das coisas, a mentira, o envelhecimento, morte, crueldade, pessimismo e otimismo, esperança, entre tantos outros. Obvio que deixo aqui minha contundente sugestão de leitura!
Pondé costuma comentar que filosofar é “conversar com os mortos”: conhecer e entender o que pensava os que já estiveram aqui antes de nós possa servir para que, quem sabe, possamos lançar um olhar para o nosso tempo e enxergar, sem lupa, aquilo que a maioria não vê: o que está para além do senso comum. Ou como ele cita “o Ser é misterioso para quem vai além do que a mão alcança”.
Espero que aprecie a conversa (no vídeo abaixo) que tive com ele e que leia o livro e possa descobrir um pouco mais sobre você, nós e o mundo.
Paulo Maia é publicitário e editor do portal Dolce Morumbi e escreve para a coluna La Dolce Vita
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1 Comment
Parabéns Paulo Maia pela excelente entrevista/matéria. Abraços Mauro Bergamo (Bob)